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O DESAFIO DA SUSTENTABILIDADE Métricas ESG



Ao nível das métricas, existem hoje várias metodologias em função das entidades que as desenvolveram e aplicam no dia-a-dia. Contudo, em setembro de 2020 foi publicado um documento relevante, patrocinado pelo Fórum Económico Mundial (World Economic Forum), que contou com a participação ativa de todas as Big 4, com o objetivo de definir quais as métricas a serem adotadas de modo a garantir a harmonização do processo de gestão de risco na componente sustentabilidade e criação de valor, assim como uniformizar o relato nesta matéria.


A diversidade de metodologias existentes em matéria de indicadores de Sustentabilidade em nada ajuda a avaliar dos impactos e promover decisões fundamentadas nestas matérias, sendo essencial avançarmos para uma metodologia que seja geralmente aceite, tal como acontece noutras áreas nas quais o processo de harmonização tem sido eficaz.


O processo conduzido pela equipa formada pelo Fórum Económico Mundial resultou na identificação de 21 indicadores, métricas, principais e 34 indicadores, métricas e divulgações, adicionais:

- Indicadores principais (“Core metrics”), os quais se centram nas atividades da organização no seu seio; e

- Indicadores adicionais (“Expanded metrics”), trata-se de métricas associadas à cadeia de valor, de maior dificuldade na obtenção, os quais representam uma forma mais evoluída, avançada, de medir e comunicar a criação de valor sustentável.


As métricas recomendadas pelo projeto centram-se em quatro pilares alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e principais domínios ESG: (i) Governos das sociedades; (ii) Planeta; (iii) Pessoas; e (iv) Prosperidade. As métricas foram selecionadas tendo em consideração os normativos e padrões atualmente definidos com o objetivo de potenciar o trabalho já desenvolvido por outras entidades e não “estar a reinventar” a roda.


Os autores do projeto recomendam que seja adotado como princípio a regra “Disclose or Explain” bastante divulgada em matéria de relacionamento com os reguladores. Reconhece-se que, ainda que tenha existido a preocupação de identificar métricas já conhecidas e estabelecidas, poderem existir situações nas quais determinadas métricas não sejam possíveis de serem obtidas, serem irrelevantes ou difíceis de implementação imediata. Propõe-se que seja avaliada a “materialidade” da informação de modo a identificar qual a que é importante, relevante ou critica para criação de valor no longo prazo.


Em linha com os princípios de Bom Governo das sociedades, é encorajada a divulgação integral das métricas sugeridas e reportar sobre todas aquelas que sejam materiais ou relevantes para a organização. Nas situações nas quais uma dada métrica não seja material para a criação de valor a longo prazo para a organização é recomendado a respetiva divulgação da explicação para os motivos pelos quais determinada métrica foi omitida.


É considerada “material” toda a informação que seja importante, relevante e/ou critica para a criação de valor a longo prazo.


O objetivo do projeto consiste em motivar as entidades a divulgar as métricas consideradas “core” numa base anual. Poderá não ser fácil as entidades obterem todos os dados que lhes permita nos primeiros anos divulgar a totalidade das métricas core, devendo ser desenvolvido um processo gradual e dinâmico. As métricas adicionais, são mais ambiciosas e visam capturar os impactos das operações da entidade na natureza e sociedade ao longo da cadeia de valor, de forma tangível, incluindo a quantificação dos impactos monetários. Visam, também, focalizar matérias recentes e emergentes, tais como danos ambientais ao nível do solo, recursos hídricos, biodiversidade, a utilização circular dos recursos, igualdade de tratamento de género e raça, as quais ainda não se encontram presentes de forma generalizada nos atuais processos de relato. Estes temas irão exigir a definição de métricas adicionais ao nível de cada setor e mesmo cada entidade, a desenvolver no futuro.


É recomendado às entidades que o relato produzido não se limite apenas à divulgação das métricas e dados de forma isolada. As entidades são encorajadas a incluírem comentários adicionais que permitam avaliar da credibilidade dos dados de base, das metodologias adotadas no seu tratamento e na sua leitura.


Deixaremos para futuros contributos a análise das métricas propostas para cada um dos pilares.



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